IN MANUS TUAS, DOMINE!
Em tuas mãos, Senhor, coloco o meu passado, o meu presente e o meu futuro. Tudo o que sou e o que tenho. Os que amo e me são caros. Os que me são confiados. Para que em tudo se faça a Tua Vontade e, possamos ser instrumentos dóceis em Tuas Mãos, para realizar a tua obra de amor no mundo e no coração de todos os homens!

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

A PALAVRA DE DEUS EM NOSSAS MÃOS
Ao  aproximar-nos da celebração dos cinquenta anos do Concilio Vaticano II, somos levados a reconhecer que entre as muitas contribuições do Concílio à vida da Igreja, está em tornar acessível a todos os fiéis o acesso à Palavra de Deus.
Nestes primeiros cinquenta anos do Concílio,  muito foi feito para tornar a Bíblia, fonte de renovação da vida das comunidades. No Brasil: as muitas traduções, enriquecidas com introduções, notas de rodapé, comentarios, utilizando-se de muitos recursos hermeneuticos e exegéticos; as iniciativas tomadas nas muitas comunidades como círculos bíblicos, a criação do “Mês da Bíblia”, a utilização da Bìblia na catequese das crianças e adolescentes, a formação das novas gerações de padres e leigos alicerçada na Palavra de Deus, partindo da contribuição do “movimento bíblico”, que teve grande papel no período pré-conciliar, para despertar na Igreja o reconhecimento do lugar preeminente da Palavra de Deus na vida da Igreja e dos fiéis; revelam a seriedade com que a Palavra de Deus foi lida, refletida e praticada, seja no estudo da teologia, como na formação das futuras gerações cristãs, no interior de inumeras comunidades.
                Entretanto, há ainda um longo caminho a percorrer para que a Palavra de Deus, seja na vida da Igreja, “fonte de constante renovação” e, “coração de toda a atividade eclesial” (Bento XVI, Verbum Domini, 1). Entre as urgências pastorais, destacadas pelas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja do Brasil (2011-2015) está “Igreja: lugar de animação bíblica da vida e da pastoral”. Os Bispos da Igreja do Brasil apontam para a urgência de “descobrir o contato pessoal e comunitário com a Palavra de Deus, como lugar privilegiado de encontro com Jesus Cristo”, da necessidade das novas gerações “ser introduzidas na Palavra de Deus através do encontro e do testemunho autêntico do adulto, da influência positiva dos amigos e da grande companhia que é a comunidade eclesial” (n.45), pois, citando S. Jerônimo: “ignorar as Escrituras é ignorar o próprio Cristo”.
                Entre as muitas iniciativas propostas pelos Bispos em vista da “animação bíblica da vida e da pastoral”, está o de criar ou fortalecer em todos os níveis da ação evangelizadora equipes de animação bíblia da pastoral, “com a missão específica de propiciar meios de aproximação de cada pessoa à Palavra de Deus, para conhecê-la e interpretá-la corretamente; entrar em comunhão e oração com ela; evangelizar e proclamá-la como vida em abundância para todos”, através de “retiros, cursos, encontros, subsídios para a leitura individual, familiar e em pequenos grupos da Palavra de Deus” (n.94)
                Há tambem um grande interesse e um insistente convite para a leitura orante da Bíblia, sugerindo o método da Lectio divina com seus quatro momentos – leitura, meditação, oração, contemplação/ação – como instrumento para o encontro pessoal com Jesus Cristo (cf. n.96)
                E, enfim, a formação continuada dos ministros e ministras da Palavra, com capacitação não apenas bíblica e litúrgica, mas também técnica (cf. n.97).
                Como se vê, a Igreja do mundo todo se vê diante de um novo despertar para a Palavra de Deus, a Sagrada Escritura. Os termos “fonte”, “animação”, “renovação”, “coração” encontrados nos documentos mais recentes do Papa e dos Bispos da Igreja do Brasil, no que diz respeito ao conhecimento das Sagradas Escrituras estão a nos falar da necessidade de voltarmos a atenção à Palavra de Deus, para fazermos dela o criterio para nossa vida e ação pessoais e pastorais.
                É este o convite que o Espírito dirige às Igrejas no início deste Novo Milênio: voltar às fontes, voltar às Escrituras, à Palavra de Deus, para que a vida cristã se torne “cada vez mais consciente e capaz de dar “razão da esperança” que vive em nós (cf. 1Pd 3,15)” (Verbum Domini, 84)
                Somos todos convidados a tomar a Palavra de Deus na nossas mãos e no nosso coração, para ajudar a Igreja a rejuvenecer-se com o vigor do Espírito, na construção de um mundo de justiça, de verdade e de paz.
                Palavra de Deus nas mãos e no coração! – é a tarefa urgente que se impõe à nós para fazer da nossa fé vida, e da nossa vida um testemunho da nossa fé.

Dom Milton Kenan Júnior

Nenhum comentário:

Postar um comentário