IN MANUS TUAS, DOMINE!
Em tuas mãos, Senhor, coloco o meu passado, o meu presente e o meu futuro. Tudo o que sou e o que tenho. Os que amo e me são caros. Os que me são confiados. Para que em tudo se faça a Tua Vontade e, possamos ser instrumentos dóceis em Tuas Mãos, para realizar a tua obra de amor no mundo e no coração de todos os homens!

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

A VESTE NUPCIAL É A CARIDADE
Das Homilias de Santo Agostinho, Bispo
Todos os fiéis conhecem a parábola nas núpcias do filho do rei e do seu banquete e a magnificência da mesa do Senhor, oferta à vontade de todos. “O rei entrou para ver os convidados e viu ali um homem que não trazia a veste nupcial. Perguntou-lhe: Meu amigo, como entraste aqui, sem a veste nupcial?” (Mt 22,11-12)
Do que se trata? Busquemos, meus irmãos, entre os fiéis, o que distingue os bons dos maus: esta é a veste nupcial. Se dicéssemos que são os sacramentos, vede que são comuns aos bons e aos maus. Trata-se do batismo? Sem duvida, sem este sacramento ninguem chega a Deus, porém nem todos os que o receberam chegam a Deus. Não posso crer que a veste nupcial seja o batismo, porque é uma veste que se veja, seja nos bons como nos maus. É talvez o altar, ou então o que se recebe do altar? Mas vejamos que muitos se alimentam dele e no entanto comem e bebem a propria condenação. O que é então? É o jejum? Mas jejuam também os maus. É ir à igreja? Também os maus vão.
Qual é então? Eis a veste nupcial: “O fim desta recomendação, diz o Apóstolo, é a caridade que nasce de um coração puro, de uma boa consciência e de uma fé sincera” (1Tim 1,5). Esta é a veste nupcial. Não uma caridade qualquer: se vê com frequencia que tambem os maus se amam, mas neles não há “a caridade que nasce de um coração puro, de uma boa consciencia e de uma fé sincera”. É esta a veste nupcial.
Diz o Apóstolo: “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos,se não tiver caridade, sou como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine. Mesmo que eu tivesse o dom da profecia e conhecesse todos os mistérios e toda a ciencia; mesmo que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, não sou nada.” (1Cor 13,1-2) Se tivesse tudo isso, diz, e não tivesse Cristo, seria um nada. A profecia, então, é inútil? O conhecimento dos mistérios não vale nada? Estes, de certo, contam; mas se tivesse estes dons e não tivesse a caridade, seria um nada.
Quantos bens não levam a nada se falta um! Se não tenho a caridade, mesmo que distribuísse esmolas aos pobres, se chegasse a testemunhar o nome de Cristo até o sangue, até ser queimado vivo, tudo seria em vão porque esta coisas se podem fazer mesmo por amor à glória. Porque tambem as coisas mais validas se podem fazer por amor da glória e não por um amor cheio de devoção. O proprio Apostólo fala e tu escutas o que ele diz: “Ainda que distribuísse todos os meus bens em sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, de nada valeria! (1Cor 13,3). Esta é a veste nupcial. Examinai-vos: se a possuís, permanecei tranquilos no banquete do Senhor.
A veste nupcial se recebe para o decoro das núpcias, isto é em honra do esposo e da esposa. Conheceis o Esposo: é Cristo. Conheceis a Esposa: é a Igreja. Honrai a Esposa. Honrai o Esposo. Se os honrades vos tornareis seus filhos. Enquanto isso, progredi na caridade: amai o Senhor e daqui aprendei a amar a vós mesmos; se amando o Senhor amais a  vós mesmos, então amareis certamente os irmãos como a vós mesmos.

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