IN MANUS TUAS, DOMINE!
Em tuas mãos, Senhor, coloco o meu passado, o meu presente e o meu futuro. Tudo o que sou e o que tenho. Os que amo e me são caros. Os que me são confiados. Para que em tudo se faça a Tua Vontade e, possamos ser instrumentos dóceis em Tuas Mãos, para realizar a tua obra de amor no mundo e no coração de todos os homens!

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

BENTO XVI REFERE-SE ÀS PALAVRAS DE JESUS: IN MANUS TUAS, NA AUDIÊNCIA GERAL DE 16-02-2012

"A prece de Jesus neste momento de sofrimento - "Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito" - é um brado forte de confiança extrema e total em Deus. Tal oração expressa a plena consciência de não estar abandonado. A invocação inicial - "Pai" - recorda a sua primeira declaração, quando tinha doze anos. Então, permaneceu por três dias no templo de Jerusalém, cujo véu agora se rasgou. E quando os pais lhe manifestaram a sua preocupação, respondeu: "Por que me procuráveis? Não sabíeis que devia estar em casa de meu Pai?" (Lc 2, 49). Do início ao fim, o que determina completamente o sentir de Jesus, a sua palavra, o seu gesto, é a relação singular com o Pai. Na Cruz, Ele vive plenamente no amor esta sua relação filial com Deus, que anima a sua oração.
As palavras proferidas por Jesus, após a invocação: "Pai", retomam uma expressão do Salmo 31: "Nas tuas mãos entrego o meu espírito" (Sl 31, 6). Estas palavras não são uma simples citação, mas manifestam ao contrário uma decisão firme: Jesus "entrega-se" ao Pai num gesto de abandono total. Estas palavras são uma prece de "entrega", cheia de confiança no amor de Deus. A oração de Jesus diante da morte é dramática, como o é para cada homem, mas ao mesmo tempo está imbuída da calma profunda que nasce da confiança no Pai e da vontade de se entregar totalmente a Ele. No Getsémani, quando começou a luta final e a oração mais intensa e estava para ser "entre nas mãos dos homens" (Lc 9, 44), o seu suor tornou-se "como gotas de sangue que caíam na terra" (Lc 22, 44). Mas o seu Coração obedecia totalmente à vontade do Pai, e por isso "um anjo do céu" veio confortá-lo (cf. Lc 22, 42-43). Ora, nos últimos instantes, Jesus dirige-se ao Pai, dizendo quais são realmente as mãos às quais Ele entrega toda a sua existência. Antes de partir em viagem rumo a Jerusalém, Jesus tinha insistido com os seus discípulos: "Prestai bem atenção ao que vou dizer-vos: o Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens" (Lc 9, 44). Agora que a vida está para O deixar, Ele sela na prece a última decisão: Jesus deixou-se entregar "nas mãos dos homens", mas é nas mãos do Pai que entrega o seu espírito; assim - como diz o evangelista João - tudo se cumpre, o supremo gesto de amor é levado até ao fim, ao limite e mais além."

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