IN MANUS TUAS, DOMINE!
Em tuas mãos, Senhor, coloco o meu passado, o meu presente e o meu futuro. Tudo o que sou e o que tenho. Os que amo e me são caros. Os que me são confiados. Para que em tudo se faça a Tua Vontade e, possamos ser instrumentos dóceis em Tuas Mãos, para realizar a tua obra de amor no mundo e no coração de todos os homens!

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Deus busca os homens, não as coisas humanas
Dos Discursos de São Pedro Crisólogo, bispo
                Quem escutar atentamente aprenderá do Evangelho de hoje por qual motivo o Senhor do céu, o restaurador do universo, entrou nas pobres habitações terrenas dos seus servos. Mas não há por que maravilhar-se que tenha se aproximado de todos afavelmente, ele que com tanta bondade viera para socorrer todos.
                Considerai o que atraiu Cristo à casa de Pedro: certamente não era o desejo de repousar, mas a enfermidade da paciente; não a necessidade de comer, mas a oportunidade de salvar; de colocar a serviço o seu poder divino, não de fazer-se servir suntuosamente pelos homens. Na casa de Pedro não se serviam vinhos, mas lágrimas. Por isso Cristo entrou nela: não para banquetear-se, mas para restituir a vida. Deus busca os homens, não as coisas humanas; deseja dar os bens celestes, não receber os terrestres; Cristo vem para nos recuperar, não para pedir nossas coisas.
                “Entrou Jesus na casa de Pedro e viu a sogra dele que estava na cama com febre” (Mt 8,14). Cristo, estando na casa de Pedro, ocupa-se logo daquilo para o qual viera: não considera o aspecto da casa, nem as multidões que lhe acorrem ao encontro, nem a honra dos que o saúdam, e nem mesmo repara o aproximar-se dos parentes; não se interessa do decoro dos preparativos, mas vê somente o gemido da enferma, mas a sede da mulher febril. Vê-la grave fora  toda esperança humana, e logo estende a mão à ação divina: havia pressa de inclinar-se diante da humanidade sofredora daquela mulher, que já se erguia do seu leito ao encontro da Sua divindade. ”Tocou-a com a mão e a febre desapareceu” (Mt 8,15). Vede como a febre abandona que é tomado pela mão de Jesus: a enfermidade não resiste diante do autor da saúde; não há acesso para a morte lá onde entrou aquele que dá a vida.
                “Chegada a tarde, levaram-lhe muitos endemoniados e eles expulsou os espíritos com a sua palavra” (Mt 8,16). Chega a tarde quando se conclui a jornada terrena, quando o mundo se afasta da luz dos tempos. Aquele que restitui a luz vem de noite, para restituir o dia sem ocaso a nós pagãos que caminhamos na noite dos séculos. De noite, isto é nos ultimos tempos, o sacrifício devoto e solene dos apóstolos oferece a nós pagãos a Deus, e são expulsos de nós o demônios que nos mantinham sujeitos com o culto dos ídolos. De fato, ignorando o único Deus, servíamos inumeráveis deuses com sacrilega e desprezível escravidão.
                A nós o Cristo não vem segundo a carne, vem com a palavra: mas se a fé depende da escuta e a escuta da palavra (cf. Rm 10,17), ele nos libertou da escravidão dos demonios, enquanto estes de ímpios tiranos tornaram-se prisioneiros. Deste momento os demonios que mandavam caíram em nossas mãos, submissos às nossas ordens: que agora a nossa infidelidade, irmãos, nos nos leve a ser seus escravos. Recomendemos ao Senhor a nós e nossas ações, confiemo-nos ao Pai, creiamos em Deus: por que a vida do homem está nas mãos de Deus, que como Pai guia as ações dos filhos, e emquanto Senhor não abandona o cuidado da sua familia.

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