IN MANUS TUAS, DOMINE!
Em tuas mãos, Senhor, coloco o meu passado, o meu presente e o meu futuro. Tudo o que sou e o que tenho. Os que amo e me são caros. Os que me são confiados. Para que em tudo se faça a Tua Vontade e, possamos ser instrumentos dóceis em Tuas Mãos, para realizar a tua obra de amor no mundo e no coração de todos os homens!

sábado, 17 de dezembro de 2011

Eis que conceberás e darás à luz um filho
Das Homilias de São Beda, o Venerável, presbítero.
                Irmãos caríssimos, a leitura que hoje fazemos do santo evangelho nos recorda o início da nossa redenção, quando Deus mandou do céu um Anjo para anunciar à Virgem o novo nascimento do seu Filho na natureza humana, para que livres da corrupção do velho homem e tornados homens novos, pudéssemos ser associados aos filhos de Deus. Procuremos, portanto, perceber com ouvido atento este anuncio, para merecer conseguir os dons da salvação que nos é prometida.
                “O anjo Gabriel foi enviado por Deus à uma cidade da Galiléia chamada Narazé, a uma virgem, prometida em casamento a um chamado José. A virgem se chamava Maria.” (Lc 1, 26-27). O que se disse da casa de Davi se refere não só a José, mas também a Maria, por que, segundo a Lei, cada um devia escolher a mulher na propria tribo ou familia, como atesta tambem o Apóstolo, escrevendo a Timóteo: “Lembra-te de Jesus Cristo, da descendência de Davi, ressuscitou dos mortos, segundo o meu evangelho.” (2Tim 2,8). Por isso o Senhor pertence verdadeiramente à descendência de Davi, pois sua virgem Mãe teve origem realmente da estirpe de Davi.
                Entrando onde ela estava, o anjo disse: “Não temais, Maria, porque achastes graça junto de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho e o chamarás Jesus. Ele será grande e chamado filho do Altíssimo. O Senhor lhe dará o trono de Davi, seu pai.” (Lc 1,30-32). Por trono de Davi se entende o reino do povo de Israel, que no seu tempo Davi governou com fiel dedicação, por ordem e com a ajuda de Deus. O Senhor deu ao nosso Redentor o trono de Davi seu pai, para que dispondo a sua encarnação da descendência davídica, conduzisse o reino eterno com a graça espiritual o povo que Davi havia governado com um poder temporal. Como diz o Apóstolo: “Ele nos livrou do poder das trevas e nos transferiu ao reino do seu Filho amado” (Col 1,13). “E reinará para sempre sobre a casa de Jacó” (Lc 1,33). Casa de Jacó pode dizer-se toda a Igreja, que pela fé e adesão a Cristo participa da sorte dos patriarcas, tanto nos descendentes da sua estirpe, como  naqueles os quais, vindo de outras nações, com o batismo renasceram em Cristo. Nesta casa ele reinará para sempre, “e o seu reino não terá fim” (Lc 1,33). Ele aí reina na vida presente, porque governa o coração dos eleitos habitando neles com a fé e com o seu amor, e os guia com uma proteção contínua para merecer os dons do premio eterno. E aí reina na vida futura, quando, no fim do seu exílio temporal, os introduzir na patria celeste, onde, fascinados pela visão da sua presença contínua, serão felizes de não fazer nada senão dedicar-se à ele no louvor.

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