IN MANUS TUAS, DOMINE!
Em tuas mãos, Senhor, coloco o meu passado, o meu presente e o meu futuro. Tudo o que sou e o que tenho. Os que amo e me são caros. Os que me são confiados. Para que em tudo se faça a Tua Vontade e, possamos ser instrumentos dóceis em Tuas Mãos, para realizar a tua obra de amor no mundo e no coração de todos os homens!

sábado, 29 de outubro de 2011

“Nós somos homens de fé para a salvação da nossa alma” (Heb 10,39)
Do Livro de S. Orsíbio abade, que, na sua morte, ele entregou aos seus irmãos
                Irmãos, devemos ser iguais, desde o mais pequeno até o maior: ricos e pobres; perfeitos na concórdia e na humildade, para que se possa dizer também de nós: “Aquele que colheu muito não teve sobra e o que pouco colheu não teve falta.” (2Cor 8,15)  Não haja quem, embora vendo o irmão em necessidade, pense buscar delicias e não se dirija a ele aquela reprovação: “Não nos criou um único Deus?” (Mal 2,10). Não é único o Pai de todos? Por que cada um abandonou o seu irmão a ponto de tornar digno de abonimação o testamento dos nossos pais?  “Judá foi desleal e a abonimação foi cometida por Israel” (Mal 2,11). Por isso, conforme a palavra do Senhor e Salvador aos apóstolos: “Dou-vos um novo mandamento: que vos ameis uns aos outros, como eu vos amei; assim todos saberão que sois meus discípulos” (Jo 13,34.35), nós devemos amar-nos uns aos outros e mostrar que somos de verdade servos do Senhor Jesus Cristo e seguidores daqueles que tinham vida em comum.
                Quem caminha de dia não tropeça nos obstáculos, quem caminha de noite, este sim, porque não é iluminado. “Nós porém”, disse o Apóstolo: “não somos absolutamente de perder o animo para nossa ruína; somos de manter a fé, para nossa salvação!” (Heb 10,39) E num outro lugar: “Vós todos sois filhos da luz” e “filhos de Deus” (Sl. 28,1); “nós não somos da noite nem das trevas” (1Ts 5,5). Se somos, portanto, filhos da luz, devemos conhecer o que é próprio da luz, e fazer frutos de luz em toda boa obra: de fato o que se cumpre abertamente é luz. Se com todo o coração voltamos ao Senhor e seguimos os preceitos dos seus santos e do nosso Pai, abundarão todas as boas obras. Se ao invés nos deixamos vencer pelos prazeres da carne, de dia andaremos tateando como se estivéssemos em plena noite e não encontraremos o caminho para chegar à cidade na nossa habitação, de quem se diz: A alma dos esfomeados e dos sedenteos desfalecem por que desprezaram a lei que lhes foi dada peo Senhor e não escutaram a voz dos profetas (cf. Sl 106,5.11) e por isso não puderam chegar à paz prometida.
                O Senhor é tão bom a ponto de convidar-nos continuamente à salvação: voltemos a ele os nossos corações, “é portanto tempo de acordar do sono. A noite vai avançada, o dia está próximo; lancems fora por isso as obras de trevas e vistamos as armas da luz. Comportemo-nos honestamente como em pleno dia.” (Rm 13,12-13) Meus filhinhos, antes de tudo amemos a Deus com todo o coração, depois amemo-nos um ao outro recordando os mandamentos de Deus Salvador, nos quais nos diz: “Deixo-vos a paz, eu vos dou a minha paz. Não como lhe dá o mundo, eu a dou a vós.” (Jo 14,27) “Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas” (Mt 22,40).

segunda-feira, 24 de outubro de 2011



ORAÇÃO APOSTÓLICA (S. Antonio Maria Claret)
Meu Deus e meu Pai!
Que eu vos conheça
e vos faça conhecido;
que eu vos ame
e vos faça amado;
que eu vos sirva
e faça que vos sirvam;
que vos louve
e vos faça louvado
por todas as criaturas.
Daí-me, meu Pai,
que todos os pecadores
se convertam,
todos os justos perseverem
na vossa graça
e todos consigamos
a eterna glória.
Amém!


sábado, 22 de outubro de 2011

Este é o caminho sobre o qual Cristo caminhou
De um antigo discurso sobre o amor de Deus e do próximo
                Falarei ao vosso amor daquele amor do qual Cristo disse: “Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua mente. E amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22, 37.39). Isso ele ordenou, porque “destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas” (Mt 22,40).
                Amarás, porém, o teu Deus, e amarás o teu irmão, porque “quem ama o seu irmão permanece na luz e e não nele ocasião de tropeço” (1 Jo 2,10). Amai-vos, portanto, caríssimos irmãos, amai os amigos, amai os inimigos. O que perdereis bucando de amar muitos? Escutemos o Senhor, que no Evangelho diz: “Eu vos dou um novo mandamento: que vos ameis uns aos outros. Nisso todos saberão que sois os meus discípulos, se tiverdes amor uns pelos outros.” (Jo 13, 34-35) Vêde como o próprio Senhor amou todos, que nos mandou de amar-nos reciprocamente. Amou aos seus discípulos, que o seguiam sempre como companheiros. Amou os judeus que o perseguiam como inimidos. Pregou aos discípulos o reino dos céus. Estes o escutaram, e deixando tudo, o seguiram; e disse-lhes: Se fizerdes o que eu vos mando, não vos chamo mais servos, mas amigos (cf. Jo 15,14.15). Eram portanto seus amigos os que obedeciam fielmente às suas ordens. Pediu por eles quando disse: “Pai, quero que tambem aqueles que me destes estejam onde eu estou, para que contemplem a minha glória, aquela que me destes antes da criação do mundo” (Jo 17,24). Mas talvez rezou pelos amigos e não chamou os inimigos?
                Escuta e aprende. Durante a sua própria paixão, vendo os judeus incrédulos contra ele a gritar por toda parte que fosse crucificado, invocou num grande grito o Pai e lhe disse: “Pai, perdoai-os porque não sabem o que fazem” (Lc 22,34). Como se dissesse: a malicia deles os cegou, a tua clemencia os perdoe. E a sua invocação ao Pai não foi vã, porque em seguida muitos judeus creram e, tornados crentes, beberam aquele sangue que cruelmente havia derramado e tornaram-se seus seguidores os que foram os seus perseguidores.
                Esta é a estrada sobre a qual caminhou o Cristo. Seguia-mo-la para não ser inutilmente chamados cristãos.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Tu, ó cristão, és moeda do tesouro divino
Das Homilias de S. Lourenço de Bríndisi, sacerdote
                No evangelho de hoje encontramos duas perguntas dos fariseus a Cristo, e outra de Cristo aos fariseus. A primeira é toda terrena, a segunda toda celeste e divina, a primeira nasceu da suma ignorância, a segunda da suma sabedoria e bondade. “De quem é esta imagem e inscrição? Responderam-lhe: De César. Daí, portanto a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” (Mt 22,20-21). A cada um, ele respondeu, deve-se dar o que é seu: sentença plena de sabedoria celeste e doutrina. Ele ensina que há dois tipos de poderes: um terreno e humano, e outro celeste e divino; e ensina que de nós se exige uma dupla obediencia: às leis humanas e às divinas, e que devemos pagar um duplo tributo: um a César e outro a Deus. A César devemos dar a moeda que leva a imagem e a inscrição dele, a Deus ao invés aquilo sobre o qual imprimiu a sua imagem e semelhança divina: “Resplandeça sobre nós, Senhor, a luz da tua face” (Sl 4,7).
                Nós somos criados à imagem e semelhança de Deus (cf. Gn 1,26). Tu, ó cristão, és homem; és portanto moeda do tesouro divino, és o dinheiro que tem impressa a imagem a inscrição do rei divino. Com Cristo eu te peço: “De quem é esta imagem e inscrição?” Tu dizes: de Deus. Observo: e por que não dás a Deus aquilo que é seu?
                Se queremos ser imagem de Deus, devemos ser semelhantes a Cristo, porque ele é a imagem da bondade de Deus e forma da sua substância. Deus, pois, “aqueles que desde sempre conheceu, os predestinou a ser tambem  conforme a imagem do seu Filho” (Rm 8,29). E Cristo deu verdadeiramente a César o que era de César e a Deus o que é de Deus, porque observou com perfeição as duas tábuas da lei divina, “fazendo-se obediente até a morte e morte de cruz” (Fl 2,8); e foi revestido no grau mais perfeito de todas as virtudes internas e externas.
                Ressalta hoje, portanto, em Cristo uma suma prudência, graças a qual escapa com a sua resposta tão sábia e oportuna aos laços dos inimidos; resplandece tambem a justiça com que ensina a dar a cada um o que é seu, pelo qual quer ele tambem pagar o tributo por si e por Pedro; ressalta a força de animo com que ensina livremente que se devem pagar os tributos a César, em nada temendo aos judeus que o suportavam de má vontade . Este é o caminho de Deus que o Cristo ensinou com plena verdade.
                Quem, portanto, na vida, nos costumes e nas virtudes é semelhante e conforme a Cristo manifesta verdadeiramente a imagem de Deus: e o pleno esplendor desta divina imagem consiste numa perfeita justiça: “Daí a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”: a cada um o que é seu.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

QUE ORGULHO TENHO DE TI!

Que orgulho tenho de ti, Mãe!
Nesta imagem tão pequenina, escurecida pela lama do rio,
Recolhida ainda esfacelada pelos pescadores
Traços suaves, gestando um filho, de mãos unidas,
És tu Maria, chamada pelos humildes e pobres
A Senhora “Aparecida”!

Que orgulho tenho de ti, Maria
Com tua cor morena, Mãe Negra
Num tempo em que negros e mulatos
Eram desprezados e humilhados,
Sem outra razão senão a ambição de alguns
Incapazes de ver no outro a imagem e a presença
De um irmão!

Que orgulho tenho de ti, Maria, assim solidária,
Comungando a sorte e a condição dos teus filhos,
Pequenina entre os pequenos,
Humilde entre os humildes,
Mãe terna e compadecida,
Nossa Senhora “Aparecida”!

Que orgulho tenho de ti, Maria,
Que ainda hojes reunes em torno de ti
Gente humilde e sofrida,
Que ve refletida em ti a sua imagem,
Mãe pobre e  protetora, Senhora Aparecida!

Que orgulho tenho de ti, ó Mãe
Tão proxima do teu Filho
Indicando-nos sempre : Fazer o que Ele quiser
Para tornar nossos caminhos
Sendas de esperança, de alegria e de paz,
Garantia de um mundo renovado
De irmãos!

Que orgulho tenho de ti, ó Mãe
Que antecipas os tempos e anuncias na tua imagem
Que sois Mãe de todos e de todos cuidas
Sobretudo os fracos e indefesos,
Os que são os mais necessitados
Do teu amor e amparo!

Que orgulho tenho de ti, ó Maria!

Dom Milton Kenan Junior


sexta-feira, 7 de outubro de 2011

A VESTE NUPCIAL É A CARIDADE
Das Homilias de Santo Agostinho, Bispo
Todos os fiéis conhecem a parábola nas núpcias do filho do rei e do seu banquete e a magnificência da mesa do Senhor, oferta à vontade de todos. “O rei entrou para ver os convidados e viu ali um homem que não trazia a veste nupcial. Perguntou-lhe: Meu amigo, como entraste aqui, sem a veste nupcial?” (Mt 22,11-12)
Do que se trata? Busquemos, meus irmãos, entre os fiéis, o que distingue os bons dos maus: esta é a veste nupcial. Se dicéssemos que são os sacramentos, vede que são comuns aos bons e aos maus. Trata-se do batismo? Sem duvida, sem este sacramento ninguem chega a Deus, porém nem todos os que o receberam chegam a Deus. Não posso crer que a veste nupcial seja o batismo, porque é uma veste que se veja, seja nos bons como nos maus. É talvez o altar, ou então o que se recebe do altar? Mas vejamos que muitos se alimentam dele e no entanto comem e bebem a propria condenação. O que é então? É o jejum? Mas jejuam também os maus. É ir à igreja? Também os maus vão.
Qual é então? Eis a veste nupcial: “O fim desta recomendação, diz o Apóstolo, é a caridade que nasce de um coração puro, de uma boa consciência e de uma fé sincera” (1Tim 1,5). Esta é a veste nupcial. Não uma caridade qualquer: se vê com frequencia que tambem os maus se amam, mas neles não há “a caridade que nasce de um coração puro, de uma boa consciencia e de uma fé sincera”. É esta a veste nupcial.
Diz o Apóstolo: “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos,se não tiver caridade, sou como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine. Mesmo que eu tivesse o dom da profecia e conhecesse todos os mistérios e toda a ciencia; mesmo que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, não sou nada.” (1Cor 13,1-2) Se tivesse tudo isso, diz, e não tivesse Cristo, seria um nada. A profecia, então, é inútil? O conhecimento dos mistérios não vale nada? Estes, de certo, contam; mas se tivesse estes dons e não tivesse a caridade, seria um nada.
Quantos bens não levam a nada se falta um! Se não tenho a caridade, mesmo que distribuísse esmolas aos pobres, se chegasse a testemunhar o nome de Cristo até o sangue, até ser queimado vivo, tudo seria em vão porque esta coisas se podem fazer mesmo por amor à glória. Porque tambem as coisas mais validas se podem fazer por amor da glória e não por um amor cheio de devoção. O proprio Apostólo fala e tu escutas o que ele diz: “Ainda que distribuísse todos os meus bens em sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, de nada valeria! (1Cor 13,3). Esta é a veste nupcial. Examinai-vos: se a possuís, permanecei tranquilos no banquete do Senhor.
A veste nupcial se recebe para o decoro das núpcias, isto é em honra do esposo e da esposa. Conheceis o Esposo: é Cristo. Conheceis a Esposa: é a Igreja. Honrai a Esposa. Honrai o Esposo. Se os honrades vos tornareis seus filhos. Enquanto isso, progredi na caridade: amai o Senhor e daqui aprendei a amar a vós mesmos; se amando o Senhor amais a  vós mesmos, então amareis certamente os irmãos como a vós mesmos.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

VAMOS COMEMORAR O DIA DA CRIANÇA!!! COMO???

No ultimo dia vinte e sete de agosto, em diversas partes do Brasil foram lembrados e reverenciados dois grandes Bispos: Dom Hélder Câmara e Dom Luciano Mendes de Almeida; cujos nomes estão intimamente ligados à luta pela democracia e a defesa da justiça, em tempos difíceis, nas terras brasileiras.
Dom Luciano, por muitos anos Bispo Auxiliar de São Paulo e depois Arcebispo de Mariana-MG deixou à Igreja do Brasil, um enorme legado de fé, de compromisso com os mais pobres e testemunho de esperança. Viveu seu Episcopado na esteira dos grandes Padres da Igreja, que souberam unir a transmissão da fé, a defesa da Verdade e a paixão pela Justiça!
Entretanto, é sempre importante ressaltar que entre as muitas causas que Dom Luciano abraçou, com amor de pai e pastor foi a causa das crianças e adolescentes em situação de desamparo e risco, vítimas indefesas de um mundo frio e desigual, incapaz de reconhecer e respeitar a vida que nasce.
Ao iniciar o mês de outubro há um grande movimento para a comemoração do dia da Criança, que coincidentemente (ou providencialmente) ocorre no dia da Padroeira do Brasil. É tempo de nos perguntar: onde estão as nossas crianças? Mais do que deixar-se arrastar pela onda avassaladora da propaganda comercial que visa a cada ano superar metas e bater recordes de venda, é momento de olhar para as crianças e adolescentes colocados em situação de risco, expostos à opinião pública muitas vezes manipulada pelas notícias rápidas dos telejornais que, se não distorcem a verdade dos fatos, nem sempre dizem toda a verdade.
Hoje, não é difícil ler nas entrelinhas das notícias o clamor de centenas de milhares de jovens, crianças e adolescentes, vítimas da violência, do trafico, do crime organizado, sem acesso à escola com qualidade, a lazer e divertimento, vivendo em condições precárias, muitas delas obrigadas a enveredar pelo caminho do crime e da prostituição como forma de superar a fome e ludibriar a aflição de suas famílias desprovidas de tudo. O Documento de Aparecida alerta: “A situação precária e a violência familiar com frequência obriga muitos meninos e meninas a procurarem recursos econômicos na rua para sua sobrevivência pessoal e familiar, expondo-se, também, a graves riscos morais e humanos” (Dap 409).
No clamor silencioso e angustiante em que vivem centenas de milhares de meninos e meninas que cumprem medidas socioeducativas, privados de liberdade em instituições educacionais, muitos deles vítimas de maus tratos, espancamentos, esquecidos nos abrigos; outros, ainda, expostos pela mídia à condenação da opinião pública, como foi o caso das meninas da Vila Mariana, noticiado nestes últimos meses, está à voz do Cristo que sofre nos pequeninos.
É em vista da difícil realidade que vive estas crianças e adolescentes que as ações da Pastoral da Criança e da Pastoral do Menor, tendo como referencia necessária e absoluta o Estatuto da Criança e do Adolescente (que neste ano comemora-se os 20 anos da sua aprovação) nos enchem de esperança.
Na busca da transformação desta realidade e com o objetivo de garantir o Direito da Criança e do Adolescente, vale ressaltar a iniciativa de toda a Arquidiocese de São Paulo no processo de eleição para os Conselhos Tutelares, que se realizará no próximo dia dezesseis de outubro, na cidade de São Paulo, nos leva a vislumbrar um novo horizonte para as nossas crianças!
 Graças ao apoio da Equipe de Articulação em Defesa da Criança e Adolescente, constituída por membros do CLASP, e das Pastorais da Criança, do Menor, da Juventude, e Fé e Política; em parceria com a Diocese de Santo Amaro, foram realizados, nestes últimos meses: encontros com pré-candidatos; fórum de debate e discussão com a sociedade civil; folder explicativo; o encaminhamento das relações de locais de votação e candidatos classificados por Regiões Episcopais, para todas as paróquias da Arquidiocese, a fim de facilitar o acesso aos locais e a identificação dos candidatos ligados às comunidades católicas. Todas estas articulações revelam o compromisso efetivo da Igreja que acredita no futuro para as crianças do Brasil!
Na cidade de S. Paulo, neste ano de 2011, o Dia da Criança desdobra-se no dia 12, com todas as suas comemorações e, no dia 16, com a eleição dos membros dos Conselhos Tutelares, compromisso de todos com as crianças e adolescentes, os mais expostos e frágeis, necessitados do socorro da sociedade.
Destaco, ainda, a iniciativa da CARITAS e da PASTORAL DO MENOR da Arquidiocese de São Paulo com a Campanha Solidariedade África    O Amor não tem fronteiras. Uma campanha que visa à educação para a solidariedade, onde as crianças paulistanas das comunidades, escolas católicas e entidades sociais de nossas paróquias demonstram sua sensibilidade para com as crianças da Somália e países da Região Noroeste da África, assolados pela seca e pela fome, onde milhares de pessoas morrem diariamente. 
Gestos como estes demonstram que a comemoração do Dia da Criança, para muitos não se limita, numa única data, mas sim a todos os dias do ano, através de gestos pequenos à primeira vista, mas carregados de significado e consequências.
Vamos comemorar sim o Dia da Criança! Lembrando que milhares de crianças esperam por nossa solidariedade, e nosso compromisso em construir um mundo de justiça e paz.

Dom Milton Kenan Júnior


segunda-feira, 3 de outubro de 2011

O SEGREDO DE FRANCISCO DE ASSIS

Dizei-me você aí
Que parece tão estranho, tão diferente,...tão feliz
Dizei-me você aí
Que foi que te aconteceu, para trazeres este sorriso aberto,
Este olhar tão sereno, esta paz que contrasta com nossas armas e,
Assegura um mundo de irmãos?

-  Deposei-me! Sou um jovem marido, feliz até o fundo da alma...
Tomei  a formosa Pobreza como minha esposa,
dei-lhe tudo;
 e quando pensei que nada havia mais a dar,
 dei-me conta de que a medida que dava, recebia...
 por ela desnudei-me..fiquei nu em plena praça, e levado por ela
cantarolava pelos campos o nome de Deus, meu único Pai;
por ela abrecei as crianças, os mendigos, os leprosos,
aqueles que ninguem queria abraçar...
por ela recolhi as pedras do caminho e construi igrejas,
pensando que nas pedras das igrejas alguém pudesse encontra-la!
por ela percorri bosques, campos, riachos, caminhos,
colhi flores, acariciei cotovias, cuidei dos pardais...
com ela aprendi o segredo da felicidade:
tornar-se respondável pelo mundo e pelas suas criaturas,
amar sem medidas, sem nada reservar,
cuidar com ternura, para em tudo encontrar
a alegria infinita, a paz duradoura
que consiste simplismente em Amar!

Dom Milton Kenan Júnior


sábado, 1 de outubro de 2011

      
O JUÍZO PRONUNCIADO PELO PAI
Do Comentário sobre o Profeta Isaias de S. Cirilo de Jerusalém, bispo
                Para o Verbo foi dificil assumir a nossa condição e submeter-se à miséria humana. Mas ele diz: O meu julgamente está junto do Senhor e a minha sentença está diante do meu Deus. O Pai sabe quais sofrimentos aceitei para a sua salvação. Por isso pronunciou tambem o julgamento.
                Queres ver o juízo do Pai e a sentença pronunciada sobre eles? Escuta o Salvador que diz aos chefes dos judeus: “Havia um patrão que plantou uma vinha e a cercou com uma sebe, cavou um lagar eedificou uma torre. E, tendo-a arrendado a lavradores, deixou o país.” (Mt 21,33).
                Mandou depois os seus servos para recolher os frutos; e todos foram maltratados. Quando, por fim, mandou o filho, tendo o visto, estes disseram entre si: “Este é o herdeiro; vinde, matemo-lo e será nossa a herança” (Mt 21,38). E o mataram de fato.
                Depois da narração desta parábola o Senhor diz ainda: “Quando, pois vier o dono da vinha o que fará com aqueles vinhateiros?” (Mt 21,40). Disseram-lhe: “Fará morrer miseravelmente aqueles malvados e dará a vinha a outros que lhe entregarão os frutos a seu tempo” (Mt 21,41). Acrescenta então Cristo: “Por isso vos digo: vos será tirado o reino dos céus e será dado a um povo que o fará frutificar” (Mt 21,43). E foi o que de fato ocorreu.
                Foram designados outros guardas das vinhas e sabios agricultores, isto é discípulos do Senhor. Com eles as nuvens deram a chuva, mesmo se tinha recebido a ordem de não irrigar mais a vinha dos judeus. Com eles Cristo não recolheu espinhos, mas uva. Por isso dizemos: “Quando o Senhor destribuir os seus bens, a nossa terra dará o seu fruto” (Sl 84,13).
                Qualquer um poderia tambem observar que aos olhos do Pai estava presente o cansaço do Filho e por isso fez um julgamento justo. Considera bem a força do discurso e reflete sonre o plano da economia divina que nos explica o sapientíssimo Paulo, quando diz: “Embora sendo de natureza divina não se prevaleceu de uma igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens. E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz. Por isso, Deus o exaltou soberanamente e lhe outorgou o nome que está acima de todos os nomes, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra e nos infernos.” (Flp 2,6-10)
                O Verbo era e é Deus, mas depois que foi proclamado homem e de fato ele se fez homem, assentou-se na sua glória com o corpo. Ele de fato foi reconhecido como Deus e não sofreu em vão. O designio do Pai lhe assegurou a glória: não devia tornar-se um ser estranho e peregrino, mas declarar-se Salvador e Redentor do mundo. Conhecido isso, os céus e a terra e até os infermos se prostram diante dele.