IN MANUS TUAS, DOMINE!
Em tuas mãos, Senhor, coloco o meu passado, o meu presente e o meu futuro. Tudo o que sou e o que tenho. Os que amo e me são caros. Os que me são confiados. Para que em tudo se faça a Tua Vontade e, possamos ser instrumentos dóceis em Tuas Mãos, para realizar a tua obra de amor no mundo e no coração de todos os homens!

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

                                                   COMEMORANDO O DIA DO(A) LEIGO(A)
Leigos e leigas no protagonismo da evangelização
                A expressão não é nova, ela surge na Conferência de Santo Domingo (1992): “Que todos os leigos sejam protagonistas da Nova Evangelização, da promoção humana e da cultura cristã.” (n.97) (...) “Um laicato, bem-estruturado com formação permanente, maduro e comprometido, é o sinal de Igreja Particulares que têm tomado muito a sério o compromisso da Nova Evangelização.” (n.103)
                Hoje, talvez, precisássemos recuperar a intuição que o Episcopado latino-americano assumiu, na Conferencia de S. Domingo, quando fala do “protagonismo dos leigos”; embora na Conferencia de Aparecida esta expressão não apareça nenhuma vez. Falar de protagonismo, é falar do lugar de importância que os leigos têm na ação evangelizadora, é falar do seu papel insubstituível, imprescindivel na transformação da realidade que vivemos, marcada pela exclusão e pela violência.
                Os leigos são protagonistas, afirmaram os Bispos em Santo Domingo, ou seja, são os agentes principais, no esforço da Igreja em dialogar com o mundo e apresentar os valores do Evangelho num tempo de tantos contra-valores.
                Neste sentido, o Documento de Aparecida, e agora das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja do Brasil (2011-2015) ressaltam dois princípios de grande valor e importância.
                O primeiro princípio é o da co-responsabilidade. Leigos e Leigas devem participar,  como sujeitos, com vez e voz, na elaboração dos programas pastorais, nos centros de discussão e decisão nas Igrejas Particulares. Devem participar não apenas na execução, mas nas decisões. Referindo-se ao projeto pastoral da Diocese, o Documento de Aparecida afirma: “Os leigos devem participar do discernimento, da tomada de decisões, do planejamento e da execução.” (n.371).  Não podem, portanto,  ver reduzida a sua participação apenas ao momento de encaminhar e realizar os programas, mas, sentir-se participante desde o início, por força da sua condição de cristão batizado, habilitado pelos sacramentos do batismo e da confirmação, a participar plenamente da vida da Igreja
                É ainda o Documento de Aparecida que esclarece: “A evangelização do Continente, dizia-nos o papa João Paulo II, não pode realizar-se hoje sem a colaboração dos fiéis leigos. Hão de ser parte ativa e criativa na elaboração e execução de projetos pastorais a favor da comunidade. Isso exige, da parte dos pastores, maior abertura de mentalidade para que entendam e acolham o “ser” e o “fazer” do leigo na Igreja, que por seu batismo e sua confirmação é discípulo e missionário de Jesus Cristo.” (n. 213)
                As DGAE 2011-2015 ressaltam: “Os leigos, corresponsáveis com o ministério ordenado, atuando nessas assembléia, conselhos e comissões, tornam-se cada vez mais envolvidos no planejamento, na execução e na avaliação de tudo que a comunidade vive e faz.” (n. 104.c)
                O segundo princípio é o da missão. Os Documentos do Episcopado Latino-americano afirmam exaustivamente que o campo epecífico da ação dos leigos e leigas é o das realidades onde ele vive e trabalha, ou seja, é o mundo da familia, do trabalho, da cultura, da política, do lazer, da arte, da comunicação, da univeridade, etc.
                Em função disso: “ a formação dos leigos e leigas deve contribuir, antes de mais nada, para sua atuação como discípulos missionários no mundo,na perspectiva do diálogo e da transformação da sociedade. É urgente uma formação específica para que possam ter incidência significativa nos diferentes campos, sobretudo ‘no vasto mundo da política, da realidade social e da economia, como também da cultura, das ciencias e das artes, da vida internacional, dos meios de comunicação e de outras realidade abertas à evangelização’(EN 70).” (Dap 283).
                As DGAE 2011-2015 incentiva a participação social e política dos cristãos leigos e leigas nos diversos níveis e instituições, nos Conselhos de Direitos, em campanhas e outras iniciativas que busquem efetivar, a convivencia pacífica, no fortalecimento da sociedade civil, e de controle social. Destaca tambem a participação na busca de políticas publicas que ofereçam as condições necessária ao bem-estar de pessoas, familias e povos; e a formação de pensadores e pessoas que estejam nos níveis de decisão evangelizado com especial atenção e empenho. (cf. n.115-117)
                Entre os diversos espaços em que a presença de leigos e leigas, hoje, é  imprescindível destacam-se: o mundo universitário, o mundo da comunicação, e a presença pastoral junto dos políticos e formadores de opinião no mundo do trabalho, dirigentes sindicais e comunitarios. (n. 117)
                Há, portanto, no pensamento dos Bispos Latino-americanos e brasileiros há uma condição e uma exigência, para o protagonismo dos leigos. A condição é de que leigos e leigas possam ocupar o lugar que lhes cabe na vida das comunidades, sentindo-se de fato como sujeitos co-responsáveis na  elaboração e realização de projetos e programas de evangelização. E a exigência, é a sua atuação evangélica nas realidades onde vive e atua, para que a semelhança do fermento possam levedar toda realidade humana com a força do Evangelho.
                Este é o grande desafio que hoje não só leigos e leigas enfrentam, mas todo o corpo eclesial: superar o conceito de leigo como inferior, subalterno e destinatário da ação evangelizadora; e, formar leigos e leigas para que possam nas realidades que lhe são específicas possam agir como agentes eclesiais, discípulos missionários de Jesus Cristo.
                Ao falar do protagonismo dos leigos é indispensável falar de  verdadeira conversão pastoral, como é proposta pelo Documento de Aparecida, no espírito da comunhao e libertação (cf. n. 368), ultrapassado uma pastoral de mera conversão  para uma pastoral decididamente missionária (n.370). 
                Oxalá leigos e leigas possam exercer seu protagonismo na vida de nossas comunidades eclesiais e assumirem com renovado entusiasmo sua missão nas realidades onde na sua maioria e na maior parte do seu tempo estão. Isso exigem coragem! O Espírito de Deus certamente não lhes faltará!
Dom Milton Kenan Júnior
               
               
               
               

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