IN MANUS TUAS, DOMINE!
Em tuas mãos, Senhor, coloco o meu passado, o meu presente e o meu futuro. Tudo o que sou e o que tenho. Os que amo e me são caros. Os que me são confiados. Para que em tudo se faça a Tua Vontade e, possamos ser instrumentos dóceis em Tuas Mãos, para realizar a tua obra de amor no mundo e no coração de todos os homens!

domingo, 13 de novembro de 2011

O justo semeia no espírito e por isso colhe a vida eterna
Do Comentário sobre Mateus, de Orígenes, presbítero
Parece-me que deste trecho resulte  que o justo semeando no espírito recolherá a vida eterna. Na verdade, tudo aquilo que é semeado e recolhido pelo homem justo, o recolhe Deus. O justo, de fato, pertence a Deus, o qual recolhe onde não semeou ele, mas o justo.
Diremos então assim: o justo espalhou, deu aos pobres e o Senhor recolherá para si tudo o que o justo há então semeado.
Colhendo de fato aquilo que não semelou e recolhendo o que não espalhou, julgará como oferecidas a si todas as coisas que foram semeandas ou espalhadas entre os pobres, dizendo àqueles que abençoaram o seu próximo: “Vinde, benditos dos meus Pais, recebei em herança o reino preparado para vós desde a fundação do mundo. Por que eu tive fome e me destes de comer.” (Mt 25, 34-35)
E porque quer colher onde não semeou e recolher onde não ceifou, quando não encontrar nada dirá aqueles que não lhe deram esta possibilidade: “Ide, longe de mim, malditos, no fogo eterno, preparado para o diabo e para os seus anjos, por que tive fome e não destes de comer.” (Mt 25, 41-42)
Ele é, de fato, duro, como diz Mateus, e severo como o define Lucas (19,21), mas para aqueles que abusam da misericórdia de Deus por negligência propria, por não converter-se, como nos recorda o Apóstolo: “Considera a bondade e a severidade de Deus” (Rm 11,22). Os negligentes, portanto serão tratados com severidade, tu ao invés com bondade se permanecerdes na bondade.
Se alguém está convencido que Deus é bom e espera de ser-lhe perdoado se a ele se converte, com este Deus é bom. Quem ao invés o considera tão bom a ponto de não fazer conta dos pecados dos homens, com este Deus não será bom, mas severo. Ele de fato arde de ira pelos pecados dos homens que o desprezam.
Se portanto Cristo ceifará o que não semeamos e recolherá o que não espalhamos, semeemos no espírito, distribuamos os nossos bens aos pobres e não escondamos sob a terra o talento de Deus.
Este temor não é bom e não nos livra daquelas trevas exteriores, onde seremos condenados como servos malvados e indolentes. Malvados por não ter usado a preciosa moeda das palavras do Senhor, com as quais poderíamos difundir a doutrina do cristianismo e penetrar nos profundos mistérios da bondade do Senhor. Preguiçosos por não ter usado da palavra de Deus para a nossa salvação e dos outros. Deveríamos, ao invés, colocar no banco as riquezas de nosso Senhor, isto é as suas palavras, junto aos ouvintes que, como banqueiros colocam à prova e examinam toda coisa para poder reservar somente a doutrina boa e verdadeira e refutar aquela má e falsa. De modo que, vindo o Senhor, pudesse recolher com os frutos e os interesses, as palavras por nós espalhadas nos outros.
De fato toda riqueza, isto é toda palavra que tem a marca real de Deus e a imagem do seu Verbo, é um autentico tesouro.

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