IN MANUS TUAS, DOMINE!
Em tuas mãos, Senhor, coloco o meu passado, o meu presente e o meu futuro. Tudo o que sou e o que tenho. Os que amo e me são caros. Os que me são confiados. Para que em tudo se faça a Tua Vontade e, possamos ser instrumentos dóceis em Tuas Mãos, para realizar a tua obra de amor no mundo e no coração de todos os homens!

domingo, 4 de dezembro de 2011

Deus não se agrada em condenar, mas em salvar
Das Homilias de Santo Agostinho, bispo
                “Eis que vem o nosso Deus, e não se cala” (Sl 49,3). Cristo Senhor, nosso Deus, Filho de Deus, no seu primeiro advento se fez presente de modo escondido, mas a sua segunda vinda será manifesta. Quando veio de forma velada não foi reconhecido senão pelos seus servos; quando vier de modo público o verão os bons e os maus.
                Quando veio sob o véu da sua humanidade, veio para ser julgado; quando vier manifestadamente, virá para julgar. Quando foi julgado calou-se e o seu silêncio o profeta havia predito: “Como cordeiro conduzido ao matadouro, como ovelha diante dos seus tosquiadores, não abriu a sua boca” (Is 53,7).
                Mas “eis que vem o Senhor, e não se cala”. Calou-se enquanto sofria o juízo, mas não do mesmo modo calará quando será ele a julgar. E então não se cala, se há quem o escuta, mas diz: “Não se calará” quando reconhecerão a sua voz tambem aqueles que então o desprezaram. Agora, quando se anunciam os mandamentos de Deus, alguem ri deles. Por que as coisas prometidas por  Deus não são agora visíveis, e não se toca com as mãos o cumprimento das suas ameaças, mas se faz pouco dos seus preceitos. Agora a sobredita felicidade deste mundo a possuem também os malvados; e sobredita infelicidade sofrem tambem os bons.
                Os homens que crêem nas realidades presentes e não crêem naquelas futuras, observam que os bens os males deste mundo, são dos bons e dos maus, sem distinção. Se desejam riquezas, vêm que a possuem gente má e gente de bem. E vêem tambem, se têm horror a pobreza e as misérias deste mundo, que sofrem por causa delas não só os bons, mas tambem os malvados. E no coração deles dizem que Deus não olha nem governa as coisas humanas, mas as abandonou completamente ao acaso no profundo abismo deste mundo, e não há nenhum cuidado de nós. E porque não vêem alguma manifestação do seu juízo, desprezaam os seus mandamentos.
                Porém tambem agora cada um deve refletir que, quando quer, Deus vê e condena sem nenhuma prorrogação, e quando quer apacienta-se. E por que motivo? Por que se no presente não se manifestasse jamais o seu juízo, creriam que Deus não existe; e se o manifesta sempre, não reservaria nada para o ultimo juízo. Muitas coisas estão revervadas para a condenação e algums são punidos logo, para que aqueles aos quais é concedida uma prorrogação temam e se convertam. Não agrada a Deus condenar, mas quer salvar, e por isso é paciente com os malvados, para fazê-los de malvados, bons.
                Diz o Apóstolo que “a ira de Deus se revela contra toda impiedade” (Rm 1,18) e que “Deus dará a cada um segundo as suas obras” (Rm 2,6). Mas exorrta e reprova o homem que não faz conta de Deus: “ desprezas as riquezas da sua bondade, tolerência e longanimidade?” (Rm 2,4) Porque ele é bom contigo, é longânime, é paciente, porque te espera e não te tira dos mundo, tu o desprezas, e consideras de fato nada ao juízo divino, e não reconheces que “a bondade de Deus te impele à conversão. Tu, com a tua dureza e o teu coração impenitente acumulas colera sobre ti para o dia da ira e da revelação do justo juízo de Deus, o qual dará a cada um segundo as suas obras” (Rm 2,4-6).

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