IN MANUS TUAS, DOMINE!
Em tuas mãos, Senhor, coloco o meu passado, o meu presente e o meu futuro. Tudo o que sou e o que tenho. Os que amo e me são caros. Os que me são confiados. Para que em tudo se faça a Tua Vontade e, possamos ser instrumentos dóceis em Tuas Mãos, para realizar a tua obra de amor no mundo e no coração de todos os homens!

domingo, 11 de dezembro de 2011

No meio de vós está aquele que não conheceis
Do “Tratado sobre as obras do Espírito Santo” de Ruperto de Deutz, abade.
                O batismo de João é o batismo de um servo; o batismo de Cristo é o batismo do Senhor. O primeiro é para a conversão, o segundo é para o perdão dos pecados.
                Cristo foi manifestado pelo batismo de João, mas foi glorificado pelo seu próprio batismo, isto é, pela sua paixão.
                De fato João diz do seu batismo: “Eu não o conhecia, mas vim para batizar com água, para que ele se tornasse conhecido para Israel” (Jo 1,31).
                Mas Cristo, já batizado por João, diz: “Há um batismo que devo receber, e como estou angustiado, até que se realize!” (Lc 12,50). O batismo de João preparava o povo para aquele de Cristo; e o batismo de Cristo abriu ao povo o Reino de Deus.
                João exortava quem recebia o seu batismo a crer no Mestre que viria depois dele; aqueles entre estes que morreram antes da paixão de Cristo, na sua morte sem dúvida foram purificados dos pecados, por mais graves que fossem, e entraram com ele no paraíso, com ele viram o Reino de Deus.
                Mas a aqueles que, desprezando em si mesmos o desígnio divino e não batizados com o batismo de João, e deixaram este mundo antes que Cristo fosse batizado com a sua paixão, para eles nada valeu o antigo remédio da circuncisão, nem valeu-lhes a paixão de Cristo, nem foram retirados para fora do inferno, por que não eram aqueles dos quais Cristo dizia: “Por eles eu me consagro a mim mesmo” (Jo 17,19).
                É preciso saber que aos batizados por João, que viveram depois da glorificação de Jesus enquanto se pregava a Boa Nova, se “não acolheram” o Cristo, se não creram necessario ser por ele batizados, a nada serviu o batismo de João.
                O Apostólo Paulo, que sabia isso, “encontrou alguns discípulos e disse-lhes: Recebestes o Espírito santo quando viestes à fé?”; e ainda: “Qual batismo recebestes?” e completava: não tendes “nem ao menos ouvido dizer que haja um Espírito Santo?” Então eles lhes responderam: “O batismo de João”. Disse-lhes então: “João administrou um batismo de penitência, dizendo ao povo crer  naquele que viria depois dele, isto é, em Jesus.” Depois de ter ouvido isso se fizeram batizar no nome do Senhor Jesus e apenas Paulo lhes impôs as mãos, desceu sobre eles o Espírito Santo.” (At 19,2-6)
                Como era inferior o batismo do servo, que não fazia nem mesmo conhecer a existência do Espírito santo, em comparação com o batismo do Senhor, que se confere no nome do Pai e do Filho, mas não sem o Espírito santo, e no qual o Espírito Santo é dado para o perdão dos pecados (cf. At 2,38).

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