IN MANUS TUAS, DOMINE!
Em tuas mãos, Senhor, coloco o meu passado, o meu presente e o meu futuro. Tudo o que sou e o que tenho. Os que amo e me são caros. Os que me são confiados. Para que em tudo se faça a Tua Vontade e, possamos ser instrumentos dóceis em Tuas Mãos, para realizar a tua obra de amor no mundo e no coração de todos os homens!

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Tu, ó cristão, és moeda do tesouro divino
Das Homilias de S. Lourenço de Bríndisi, sacerdote
                No evangelho de hoje encontramos duas perguntas dos fariseus a Cristo, e outra de Cristo aos fariseus. A primeira é toda terrena, a segunda toda celeste e divina, a primeira nasceu da suma ignorância, a segunda da suma sabedoria e bondade. “De quem é esta imagem e inscrição? Responderam-lhe: De César. Daí, portanto a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” (Mt 22,20-21). A cada um, ele respondeu, deve-se dar o que é seu: sentença plena de sabedoria celeste e doutrina. Ele ensina que há dois tipos de poderes: um terreno e humano, e outro celeste e divino; e ensina que de nós se exige uma dupla obediencia: às leis humanas e às divinas, e que devemos pagar um duplo tributo: um a César e outro a Deus. A César devemos dar a moeda que leva a imagem e a inscrição dele, a Deus ao invés aquilo sobre o qual imprimiu a sua imagem e semelhança divina: “Resplandeça sobre nós, Senhor, a luz da tua face” (Sl 4,7).
                Nós somos criados à imagem e semelhança de Deus (cf. Gn 1,26). Tu, ó cristão, és homem; és portanto moeda do tesouro divino, és o dinheiro que tem impressa a imagem a inscrição do rei divino. Com Cristo eu te peço: “De quem é esta imagem e inscrição?” Tu dizes: de Deus. Observo: e por que não dás a Deus aquilo que é seu?
                Se queremos ser imagem de Deus, devemos ser semelhantes a Cristo, porque ele é a imagem da bondade de Deus e forma da sua substância. Deus, pois, “aqueles que desde sempre conheceu, os predestinou a ser tambem  conforme a imagem do seu Filho” (Rm 8,29). E Cristo deu verdadeiramente a César o que era de César e a Deus o que é de Deus, porque observou com perfeição as duas tábuas da lei divina, “fazendo-se obediente até a morte e morte de cruz” (Fl 2,8); e foi revestido no grau mais perfeito de todas as virtudes internas e externas.
                Ressalta hoje, portanto, em Cristo uma suma prudência, graças a qual escapa com a sua resposta tão sábia e oportuna aos laços dos inimidos; resplandece tambem a justiça com que ensina a dar a cada um o que é seu, pelo qual quer ele tambem pagar o tributo por si e por Pedro; ressalta a força de animo com que ensina livremente que se devem pagar os tributos a César, em nada temendo aos judeus que o suportavam de má vontade . Este é o caminho de Deus que o Cristo ensinou com plena verdade.
                Quem, portanto, na vida, nos costumes e nas virtudes é semelhante e conforme a Cristo manifesta verdadeiramente a imagem de Deus: e o pleno esplendor desta divina imagem consiste numa perfeita justiça: “Daí a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”: a cada um o que é seu.

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